OS OLHOS DO MEU AMOR


Os olhos do meu amor! Castanhos são,
E contrastam com os meus, até em expressão.
Neles vejo tudo numa grande explosão,
Lavas saídas de um forte vulcão.

Crio neles uma frequente imaginação,
Magmas quentes, escapando em grande aflição.
Ejectando aerossóis, gases, em pressão,
Causando-me uma forte agitação.

Os olhos do meu amor! São vastidão,
Dos meus, sendo minha atracção, minha tentação;
Escravos rubros cheios de amor e servidão.

Nascidos numa noite sem explicação,
Num momento enigmático duma troca de visão,
E de tudo a expressar, amo-os com paixão.

autor
António Almeida