PELA NOITE DENTRO PELA NOITE FORA


Pela noite dentro, pela noite fora,
Vejo frases incógnitas, de frente a frente.
Porque amo, porque sinto, porque perdidamente,
Andando na harmonia do amor sem hora.

Frases, sempre foram feitas, outrora,
E sempre serão feitas frases, por muita gente.
Gente boa, gente má, gente demente, gente que sente,
Gente que bem ou mal nas suas frases mora.

A noite, silenciosamente, à luz da lua me adora,
E eu, amo ela, por quem sou, hei-de ser, cegamente;
De olhos postos nas palavras que embora:


De quem além, mais que além, de que de mente,
Procura palavras que a frase humildemente implora,
Construindo frases, mais que frases, somente.

autor
António Almeida