NÃO ME CONFESSO QUEM SOU
Se, no mal, por bem, vou,
Se, no bem, por mal, assim estou,
Se, de um mal por um bem me dou;
Não me confesso quem sou.
Se, o dia me abraçou,
Se, a noite a mim se entregou,
Se, algo de mim em si se despertou;
Não me confesso quem sou.
Se, meu corpo se debruçou,
No ritmo ardente se deslumbrou
E bem ao mal assim voltou:
É porque sempre amou
E por amor, mais amor, sonhou;
Não me confesso quem sou.
autor
António Almeida