EU ESCREVO PARA NÃO CHORAR
Eu escrevo, para não chorar,
Mas, a chorar, escrevo também.
E todo o homem que diz não prantear,
É porque nunca amou ninguém.
Eu escrevo, para não pensar,
Mas, só a pensar, escrevo porém.
E se há quem ria desta loucura de amar,
Anda por ai na vida num vaivém.
Na dor do amor, há pouco que falar,
Só sabe dele, por bem certo, quem a têm;
Que diga quem sofra, por este mal estar.
E se mal me quero, por querer, aquém,
Por bem me querer, a mim, assim andar;
Por bem me querer, a mim, assim andar;
Que sofra eu, por este amor do além.
autor
António Almeida