FLUÍDO NUM CORPO BRONZEADO ARDENTE 


Fluído num corpo bronzeado ardente, 
A lua é um sol. E a noite hoje, é só nossa! 
O mar a cantar... A dançar... Engrossa, 
Num murmúrio, que me sinto potente. 

Os teus lábios, beijam-me, demente, 
Minha boca faminta... calorosamente acossa. 
Seguem as mãos afirmando, estar em possa, 
Dum corpo vibrante, de ânsia urgente. 

Fecho há falésia, o meu olhar luzente, 
Enrolado na areia fina, que não faz mossa, 
Coberto pelo aprazível vento somente. 

Reflete no mar, a lua sólida, em bossa; 
Um grito de onda erguesse, com halo contente, 
Teu corpo evacua-me, na tua volúpia fossa. 

autor
António Almeida