TANTAS NOITES SÓ
TANTAS NOITES DE LUAR


Tantas noites só, tantas noites de luar,
No ar, há sempre momentos nossos a recordar.
Momentos ardentes, momentos de delirar,
Que me faz feliz, que me faz sonhar.

E de repente, em meu corpo vens pousar,
Curvada sobre mim, com gemidos de endoidar.
Indiferente a tudo, indiferente a me lembrar,
O tempo que passam, sem o ver passar.

E tenho-te assim! Vejo o teu olhar,
Junto ao meu, duas estrelas cadentes a brilhar,
Que me deixam horas em brasa a delirar.

Dentro de ti, dentro do devaneio a voar,
Vagabundo, que te jurou um dia sempre amar,
Que só em sonho hoje te pode alcançar.

autor
António Almeida