Noites deitadas, do mundo ausente,
Pregadas, entre espaços, no branco imenso.
Correndo tinta, do amor de mim ardente,
Com palavras rimadas, por extenso.
Em que faz, a minha mão fremente,
Entre a visão, e o pensamento por si, tenso.
Das veracidades que discorre da mente,
Nas horas altas, do silêncio intenso.
Deixado a realidade cruel, latente,
De um pacóvio sussurrante, não crente,
Por tudo quanto é fortemente denso.
Orando momentos de mim somente,
Dentro dos escombros em que pretenso,
Mundo no apego em contra-senso.
autor
António Almeida