PÕE A SAIA MAIS CURTA TUA 


 Põe a saia, querida, mais curta tua, 
Para a desgraça, se bem sei eu, dos invejados. 
Quero que todos apreciem a tua cintura, 
E fiquem, nas tuas pernas pregados.

Põe a blusa, amor, da minha loucura, 
Com os seios, a bem se ver, por bem aprumados. 
Quantos queiram ver o decote a meia lua, 
Como noutros sonhos, mais requintados.

E sai, com o teu cabelo solto, para a rua, 
Num gesto feliz, erguendo os teus olhos adorados, 
Sorrindo para todos, mesmo os mais calados.

Porque te amo, meu amor, minha vida pura, 
E de ciúmes, não padeço, nem a visão me tortura,
Tendo orgulho, em ti, por todos admirados. 

autor 
António Almeida