LÔBREGO MEU CORPO PROCURA-TE


Lôbrego, meu corpo procura-te;
Sucumbido, por tanto querer amar-te;
Putrefacto, pousa no silêncio a desejar-te;
Nos escombros da noite a buscar-te.

Meu olhar, acelera-se em ver-te;
Entre as sombras, por mal esconder-te;
Que se ajeitam, nesta mágoa a me ofertar-te;
Da dor desta loucura em adorar-te.

E vejo-te além! Sinto-me a beijar-te;
Numa êxtase, as minhas mãos a acariciar-te;
Capitoso, meu corpo a celebrar-te.

Meu amor, que não me sentes a ter-te;
No meu sonho a amar-te, por tanto querer-te;
Desenhando prazer sem encontrar-te.

autor
António Almeida